O n¨²mero dois do chavismo revela que seu objetivo ¨¦ levar Capriles para a justi?a
O governo acusa a equipe do l¨ªder opositor de fazer pagamentos irregulares no Estado de Miranda "O bra?o da justi?a vai chegar a esse assassino fascista", afirma Cabello
¡°N?o nos subestimem. No devido momento, o bra?o da justi?a chegar¨¢ a esse assassino fascista que pe (Henrique) Capriles Radonski¡±. A frase ¨¦ de Diosdado Cabello, n¨²mero dois do chavismo e presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, ao final de uma tumultuada sess?o que analisou ¨C e aprovou por parte da bancada do governo ¨C uma mo??o de rep¨²dio contra ¡°as pr¨¢ticas corruptas¡± do principal partido da oposi??o, o Primero Justicia (PJ). Com essas palavras, Cabello revelou o objetivo da nova campanha contra a corrup??o levantada pelo Governo de Nicol¨¢s Maduro: cercar o l¨ªder e ex-candidato ¨¤ presid¨ºncia da oposi??o.
A jornada prometia desde o in¨ªcio. O pr¨®prio Cabello havia advertido, atrav¨¦s de sua conta no Twitter, que ningu¨¦m deveria perd¨º-la. O an¨²ncio deu origem a diferentes vers?es sobre como o parlamento unicameral, dominado pelo governista Partido Socialista Unido de Venezuela (Psuv), consideraria a peti??o de ¡°poderes especiais¡± para combater a corrup??o que Nicol¨¢s Maduro formulou sem precisar e muito rapidamente na noite de segunda-feira.
De qualquer forma, tratou-se apenas dessa solicita??o. Embora outros pontos da ordem da sess?o exigissem aten??o ¨C como a ratifica??o de um tratado de coopera??o com a Coreia do Norte ou a surpreendente substitui??o, a pedido do Governo, da presidente do Banco Central-, o momento culminante acabou sendo o debate das den¨²ncias que o governo ventila sobre supostos pagamentos irregulares efetuados por ?scar L¨®pez, diretor de gabinete do Governo do Estado de Miranda, cujo titular ¨¦ Capriles Radonski.
A bancada bolivariana tentou documentar as irregularidades com c¨®pias de faturas, e apresentou fotografias que teriam sido tiradas durante a invas?o feita pela pol¨ªcia pol¨ªtica ¨¤ resid¨ºncia de L¨®pez em Caracas na semana passada. Nas imagens, divulgadas pelo deputado do Psuv Jos¨¦ Luis ?vila, L¨®pez aparece ao lado de outros homens, abra?ados ou at¨¦ vestidos como mulheres. Isso seria, segundo ?vila e seus colegas de partido, prova de que o subalterno de Capriles estaria ligado a quadrilhas de prostitui??o e tr¨¢fico de drogas, ou, conforme definiu o tamb¨¦m deputado governista Pedro Carre?o: ¡°com¨¦rcio de prostitutas e homossexuais¡±.
Essas acusa??es serviram de desculpa para que, em uma reviravolta incr¨ªvel, o debate passasse a ser em torno da suposta homossexualidade do l¨ªder da oposi??o. Quem tomou a frente foi Carre?o, presidente da Comiss?o de Controladoria do parlamento e l¨ªder do bloco psuvista na Assembleia Nacional. Carre?o, ex-oficial do ex¨¦rcito, garantiu que o Primero Justicia se transformou em um cartel gay onde ¡°pululam a promiscuidade e a prostitui??o¡±. Ao fazer refer¨ºncia a uma acusa??o que Capriles havia feito a ele atrav¨¦s das redes sociais, afirmando que Carre?o teria sido expulso do ex¨¦rcito por m¨¢ gest?o administrativa, o deputado governista desafiou o ex-candidato da oposi??o a apresentar provas sobre o assunto. Carre?o incitou Capriles na c?mara dos deputados: ¡°Aceite o desafio, maric¨®n¡±.
Ao encerrar a sess?o, Diosdado Cabello n?o retirou as palavras de baixo cal?o de seu colega Carre?o e seus companheiros de bancada. Pelo contr¨¢rio, os parabenizou por sua firmeza e criticou os setores empresariais e o Governo de Miranda, liderado por Capriles h¨¢ cinco anos, porque, segundo seus c¨¢lculos, teriam recebido 15 bilh?es de bol¨ªvares (2,4 bilh?es de d¨®lares) ¡°sem que se vejam as obras¡±.
Capriles ¨Cque impugnou os resultados das elei??es presidenciais no ¨²ltimo 14 de abril, nas quais ficou em segundo, apenas um por cento atr¨¢s do vencedor oficial, Nicol¨¢s Maduro- disse que a press?o contra L¨®pez pretende desmantelar a organiza??o do Governo de Miranda e de seu comando de campanha ¨¤s v¨¦speras das pr¨®ximas elei??es municipais de 8 de dezembro.
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