Brasil toma medidas in¨¦ditas para frear a deprecia??o do real
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econ?mico afirma que o sistema banc¨¢rio do Brasil ¨¦ robusto
Com medo de que a alta do d¨®lar possa acabar afetando a infla??o (que j¨¢ est¨¢ no limite previsto pelo governo, de 6,5 %), o Banco Central do Brasil anunciou, na ter?a-feira, que tomar¨¢ novas medidas. Ser¨¢ realizado, "diariamente at¨¦ 31 de dezembro", um programa de leil?es de swap cambial (um contrato no qual as duas partes se comprometem a realizar o interc?mbio em uma data futura), equivalente ¨¤ venda de d¨®lares no mercado futuro.
Segundo o Banco Central, de segunda a sexta ser?o oferecidos leil?es de swap cambial tradicional de 500 milh?es de d¨®lares (cerca de 374 milh?es de euros). Nas sextas-feiras, ser?o lan?ados leil?es de linha, isto ¨¦, venda de d¨®lares ¨¤ vista com compromisso de recompra at¨¦ um bilh?o de d¨®lares (748 milh?es de euros). Se isso n?o bastasse, ser?o realizadas ¡°opera??es adicionais¡±. No total, ser?o at¨¦ 60 bilh?es de d¨®lares (45 bilh?es de euros) at¨¦ o final do ano.
Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ?mico e Social (BNDES), afirmou hoje que, apesar da volatilidade cambial do momento, o sistema banc¨¢rio brasileiro ¨¦ robusto. ¡°Temos condi??es macroecon?micas perfeitamente administr¨¢veis e grandes oportunidades de investimentos¡±, explicou durante o Encontro Nacional de Com¨¦rcio Exterior, no Rio de Janeiro.
Segundo Coutinho, ¨¦ poss¨ªvel que o Brasil ¡°esteja entrando em um novo patamar de c?mbio¡±. Ontem o d¨®lar alcan?ou 2,451, o n¨ªvel mais alto desde 2008. O pre?o do d¨®lar - que se aproxima dos 2,60 ¨C cria uma certa preocupa??o em rela??o aos pre?os no mercado de importados, j¨¢ que o Brasil apresenta um forte desequil¨ªbrio na balan?a comercial em termos de exporta??es. Mas o presidente do BNDES prefere ver os aspectos positivos desse novo panorama cambial: ¡°Muito provavelmente estamos entrando em um ciclo duradouro de valoriza??o do d¨®lar, o que tende a criar condi??es mais favor¨¢veis para nossa competitividade no m¨¦dio prazo¡±.
Segundo ele, este ¨¦ o momento em que o Brasil precisa manter a ¡°tranquilidade para deixar passar este momento de nervosismo¡±. Nos pr¨®ximos dias, o Banco Central, que acaba de tomar estas medidas de emerg¨ºncia para conter a alta do d¨®lar, dever¨¢ decidir se vai manter os juros atuais, de 8,5%, ou se voltar¨¢ a aument¨¢-los. Quando a presidente Dilma Rousseff assumiu o governo, em 2010, se comprometeu a baixar as taxas de juros oficiais de dois d¨ªgitos, que considerava excessivamente altas em compara??o a outros pa¨ªses do mundo.
Conseguiu reduzi-las sete vezes seguidas durante os dois primeiros anos de governo (uma queda de 7%). H¨¢ alguns meses, contudo, o Banco Central tem se visto obrigado a voltar a subir os juros para 8,5, n¨²mero que ainda pode aumentar. Isso para n?o sacrificar ainda mais a infla??o, um mal que recai sobretudo nas costas da nova classe sa¨ªda da pobreza, que j¨¢ apresenta cerca de 40% de endividamento sobre sua renda.
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