Jovens participantes da Jornada Mundial da Juventude pedem ref¨²gio no Brasil
Jovens vindos de pa¨ªses em guerra, onde os crist?os s?o perseguidos e assassinados, aproveitam a Jornada para conseguir um visto de sa¨ªda

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O Brasil presenciou um acontecimento inesperado por ocasi?o da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), celebrada com o papa Francisco no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 28 de julho passado: pelo menos 50 jovens pediram ref¨²gio no Brasil, confirmou a Ag¨ºncia da ONU para Refugiados (ACNUR). Os jovens vindos de pa¨ªses em guerra, onde os crist?os s?o perseguidos e assassinados, aproveitaram a Jornada da Juventude para conseguir um visto de sa¨ªda para poder se encontrar com o papa Francisco.
Uma vez no Brasil, notaram a diferen?a e gozaram da liberdade que existe aqui para crer ou n?o crer, ou para crer no Deus que mais os agrade. ¡°Aqui, ningu¨¦m me pergunta o que sou e o que penso, nem no que creio. Aqui as pessoas s?o receptivas¡±, disse um jovem do Paquist?o ao jornal O Globo.
Em uma entrevista ao site da ACNUR no Brasil, um jovem cat¨®lico de Serra Leoa contou: ¡°Meu pai foi morto por ser crist?o, e sempre adverti minha m?e que o mesmo poderia ocorrer com toda a nossa fam¨ªlia¡±. Uma vez no Brasil, ele quer ficar como refugiado e sonha em poder trazer um dia o resto da fam¨ªlia.
Contudo, o fato de que esses jovens est?o pedindo ref¨²gio ao Brasil por motivos religiosos, mais que pol¨ªticos, embora as vezes os dois temas se cruzem, sup?e um desafio para a diplomacia e para a justi?a brasileira, que n?o reconhecem a situa??o de refugiado por motivos religiosos, comentou Andr¨¦s Ram¨ªrez, representante da ACNUR no Brasil.
Aos refugiados, geralmente por motivos pol¨ªticos, vindos de lugares com conflito b¨¦lico e perseguidos, o Brasil concede documento de identidade, trabalho e liberdade de movimentos dentro do pa¨ªs. Neste momento existem no pa¨ªs 4.200 refugiados de 70 pa¨ªses, quase todos por motivos pol¨ªticos.
Em fontes religiosas do Rio de Janeiro consultadas por este jornal, abriga-se a esperan?a de que o pr¨®prio papa Francisco intervenha diante do governo da presidente Dilma Rousseff para que seja outorgada categoria de refugiados a esses jovens de pa¨ªses onde o cristianismo ¨¦ duramente perseguido e os fi¨¦is praticantes correm risco de vida.
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